quinta-feira, 3 de outubro de 2013



LIÇÃO: 1
TEMA: O valor dos bons conselhos
TEXTO ÁUREO: Pv 1.7
DATA: 6/11/2013
COMENTÁRIO DA LIÇÃO: Prof. Daniel Kock
OBJETIVOS:
      1 Conhecer o conceito geral dos livros de Provérbios e Eclesiastes
      2  Identifica as fontes da sabedoria dos sábios antigos
    3 Compreender o propósito da sabedoria ensinada em Provérbios e Eclesiastes



1. Introdução a literatura sapiencial
Ninguém conhece a origem exata da sabedoria como um movimento, semelhante ao profetismo em Israel. Documentos macedônios, sumérios e acádios continham muitas obras de provérbios ou ensinos éticos destinados a capacitar o indivíduo a lidar de forma bem sucedida com a vida. Essas formas eram desenvolvidas pelos assírios e babilônios que produziram uma literatura extensa. Os sumérios e babilônios tinham uma classe profissional de escribas ou homens sábios que compilavam e transcreviam os ditados.
A sabedoria do AT é bem diferente de outras cosmovisões antigas, embora a semelhança da literatura sapiencial seja semelhante das outras culturas. A sabedoria em Israel reflete o ensino de um Deus justo e santo, o qual espera que quem o conhece exiba o seu caráter nas questões práticas da vida.
A literatura sapiencial, embora por vezes use a “sabedoria” com o sentido  de prudência ou sagacidade, concentra-se no aspecto ético e na conduta espiritual.
A sabedoria de Israel é anterior a Salomão, este foi de fato o mais proeminente de uma longa linhagem de mestres da sabedoria (1 Sm 24.13 mostra que a “sabedoria” já existia pelo menos no começo da monarquia unida). A transmissão da sabedoria acontecia principalmente no lar, e de forma esparsa, por meio de sábios designados para ensinar o povo (Ec 12.9).

Forma literária
Há dois tipos básicos de sabedoria do ponto de vista literário no Antigo Testamento:

  1. Sabedoria didática -  o livro de Provérbios é o melhor exemplo, pois representa instruções práticas.
  2. Sabedoria filosófica – representada pelo livro de Eclesiastes e em certa medida pelo livro de Jó, pois propõe críticas e reflexões interrogativas e por vezes pessimista.
Quanto ao tipo de discurso podem ter as seguintes variações:

  • Parábola -  um discurso preventivo – Pv. 6:20-35
  • Preceito – regras e valores com princípios religiosos e éticos – Pv. 3:27
  • Enigma – pergunta que exige raciocínio e discernimento – Jz. 14:14
  • Fábula – breve conto com personagens da natureza que contém uma verdade moral – Jz. 9:7-20
  • Provérbio numérico – apresenta progressão numérica com clímax – Pv. 6:16-19; 30:18-31
  • Pergunta retórica – uma pergunta que não necessariamente exige uma resposta – Pv. 5:16; 8:1
  • Alegoria – a personificação da sabedoria, com existência própria – Pv. 8 e 9; Ec. 12:1-8
  • Sátira – uso do sarcasmo para atacar algum comportamento humano – Pv. 11:22
  • Ironia – dizer o contrário do realmente significa para enfatizar uma verdade – Ec. 5:13-17


2. INTRODUÇÃO A LIÇÃO
Apesar dos livros de sabedoria estarem na forma poética, eles são classificados de forma independente, pois os antigo hebreus consideravam sabedoria como observações cotidianas que formavam um conjunto de boas práticas para a vida.
A literatura sapiencial buscava, por meio de ditados curtos, regras da felicidade e bem-estar pessoal, além da especulação em torno da existência humana e seus problemas.
Os livros chamados de sabedoria são diferentes da literatura profética porque expressam melhor a filosofia dos pensamentos  do que as determinações das mensagens de Jeová.  Os sábios anunciaram as verdades como um tratado de filosofia moral, usando palavras de profundeza mais elevada do que seus conhecimentos, de modo que só tempo depois é que puderam ser interpretadas. 
A classificação segue com: Jó tratando do problema do sofrimento, Provérbios do problema do dever moral e Eclesiastes do  problema da felicidade.

3. JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL

1. O livro de provérbios.


  • Titulo: significa Mishle Shelomoh, as analogias  ou as máximas de Salomão.
  • O livro de provérbios é uma coleção de expressões curtas e concisas que contém lições morais. 
  •  O propósito do livro é declarado no princípio, a saber: (1.1-7)
  •  A natureza dos provérbios: Natureza eficaz: a índole está em sua inteligente concentração de uma verdade ou conselho sagaz em uma fórmula concisa e marcante, de maneira que se torne popular e mais fácil lembrar do que esquecer-se dela
  • A natureza objetiva dos Provérbios: o provérbio não argumenta, mas toma por certo. Seu propósito não é explicar um assunto, mas expressá-lo de modo enfático
  • A natureza prática dos Provérbios: trata de temas tão práticos que parece até que foram escritos recentemente.

1.1 Autores: o título geral é provavelmente ao mais notável erudito e sábio de toda a terra. Mas contém uma compilação de vários sábios judeus.

1.2 Conteúdo:


  • Discurso sobre o valor e a aquisição da verdadeira sabedoria (caps. 1-9)
  • Provérbios intitulados “Provérbios de Salomão”. (caps. 10.1-22.16)
  • Advertências e conselhos reiterados sobre o estudo da sabedoria intituladas “ditados dos sábios” (caps. 22.17-24.34)
  • Provérbios de Salomão reunidos pelos homens de Ezequias (caps.25-29)
  • Instruções sábias de Agur aos seus discípulos, Itiel e Ucal, e lições ensinadas ao rei Lemuel por sua mãe (30 e 31)

2. O livro de Eclesiastes.



  • Título sig. O pregador. Pode ter sido chamado assim pelo fato de Salomão, após sua experiência longe de Deus,  ensinado publicamente suas experiências e lições aprendidas.
  •  Em Eclesiastes o assunto é tratado em torno da sabedoria natural, a qual, parte do próprio Deus, procura encontrar a verdade e a felicidade.
  •  Enquanto Provérbios, ouve-se um certo tom de júbilo, Eclesiastes um tom de tristeza, desalento e perplexidade, ao ver o fracasso da sabedoria natural resolvendo os problemas da humanidade e as tentativas frustradas para obter a verdadeira felicidade.

2.1 Autoria: Salomão

2.2: Conteúdo


  • A inutilidade do prazer e da sabedoria humana (caps. 1-2)
  • A felicidade terrestre, seus obstáculos e meios de progresso (caps. 3-5)
  • A sabedoria prática e verdadeira (caps. 6-8.15)
  • A relação entre a sabedoria verdadeira e a vida do homem (caps. 8.16-10.20)
  • Conclusão  (caps.11.1-12-14

3 SABEDORIA DOS ANTIGOS.
1 A inteligência dos sábios
A classe de homens sábios em Israel constitui um paralelo mais coerente. Em Jeremias 18.18, esse homens são mencionados ao lado de sacerdote e do profeta como as principais figuras da sociedade israelita, funcionando aparentemente como os conselheiros e oficiais do rei. Depois, eles agregaram o papel de copista. Ao longo do mundo antigo, esses mestres exerceram uma influência moral na sociedade. Em Israel, constituíam uma terceira classe ou ofício, usando a sabedoria em harmonia com o desempenho dos outros dois ofícios. Israel foi praticamente a única nação que usou a sabedoria na centralidade da dimensão religiosa.

2 A sabedoria de Salomão
Acima de toda a sabedoria adquirida e transmitida, porém, há a sabedoria que é dada de presente da parte de Deus ao rei Salomão (1Reis 3.5-14), que acha expressão na perspicácia em julgar (1 Reis 3.16-28) e que também leva, em mentes de tempos posteriores, ao reconhecimento admirado pelos vizinhos de Israel (1 Reis 5.11,14,21)

III AS FONTES DE SABEDORIA
1 A sabedoria popular.

Porém, a sabedoria hebraica diferenciava-se das demais por partir do princípio que a sabedoria provém de Deus (Jó 12:13; Pv. 2:5-6; Is. 31:1-2). Esta sabedoria manifestava-se de duas formas na vida dos hebreus:
·         Vida emocional e espiritual – representada pela poesia no Antigo Testamento
·         Vida corporal e prática – representada pela sabedoria no Antigo Testamento

O termo sabedoria também é empregado no Antigo Testamento para habilidades manuais e intelectuais diversas:
·         Bezalel e Oliabe  receberam sabedoria artística para fazerem os utensílios do tabernáculo (Ex. 31:1-11)
·         O trabalho arquitetônico de Salomão também é chamado de sabedoria (1 Rs. 5:9-18)
·         O trabalho manual de artesãos também são classificados de sabedoria (1 Rs. 7:14)
·         O lado filosófico e intelectual, também como sinônimo de “capacidade mental superior”  (1 Rs. 4:29-34)
·         A forma neutra do termo sabedoria na conspiração de Jonadabe e Absalão (2 Sm. 13)
·         Como sinônimo de experiência e bom senso (Jó 32:7; Pv. 1:7)

2 Sabedoria divina
Para o homem, a sabedoria não significa apenas ser humanamente sábio, mas temer ao senhor, pois é o princípio de toda a sabedoria (Jó 28.28). para o homem a verdadeira sabedoria envolve conhecer o santo. Assim, os homens devem ouvir a sabedoria de Deus com os ouvidos atentos (Pv. 2.2). No poema de Jó 28, a sabedoria é praticamente definida como confiança em Deus e afastamento do pecado.

IV  O PROPÓSITO DA SABEDORIA

1 Valores éticos e morais
Os autores de provérbios demonstram grandes preocupações com os valores éticos e morais na época, inclusive em relação aos jovens. Logo no início do livro a mensagem é bem clara ao dizer que a sabedoria é a base da boa convivência tanto com o homem quanto com Deus (Pv. 1:2-6).
2 Valores espirituais.
A literatura sapiencial embora por vezes use “sabedoria” com sentido de prudência ou sagacidade, concentra-se no aspecto ético e na conduta espiritual. Por Deus ter-se revelado a Israel, sua literatura sagrada tem o efeito de um imperativo divino; hakam refere-se a uma sagacidade e perícia divinas que resultam em ações práticas. Aquele que ouve (Pv. 8.33) será operoso, saberá falar, e sua vontade estará cativa a vontade de Deus, “ele terá vida”.

obs. Se copiar o texto para outro blog, cite a fonte por favor.

Bibliografia
1. BROWN, Colin; COENEN, Lothar (org.), Dicionário internacional de teologia do Novo
Testamento, 2ª ed.; São Paulo, Vida Nova, 2000.
2. HARRIS, R. L.; ARCHER, JR; WALTKE, B.K. Dicionário internacional de teologia do Antigo
Testamento; São Paulo, Vida Nova, 1998.
3. STEIN, Robert H. Gua Básico de Interpretação da Bíblia, 9ª ed.; Rio de Janeiro, CPAD, 2008 
4. OSBORNE, Grant R.; A Espiral Hermenêutica. São Paulo, Vida Nova, 2009. 
5.  PEARLMAN, Myer. Através da bíblia Livro por Livro.  São Paulo, Vida, 2006.
6. Leia mais em <http://milhoranza.com/2012/07/20/antigo-testamento-literatura-poetica/#ixzz2fopJsZtT> Acesso em  22 set. 2013.





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