LIÇÃO: 1
TEMA: O valor dos bons conselhos
TEXTO ÁUREO: Pv 1.7
DATA: 6/11/2013
COMENTÁRIO DA LIÇÃO: Prof. Daniel Kock
COMENTÁRIO DA LIÇÃO: Prof. Daniel Kock
OBJETIVOS:
1 Conhecer o conceito geral dos livros de
Provérbios e Eclesiastes
2 Identifica as fontes da sabedoria dos
sábios antigos
1. Introdução a literatura sapiencial
Ninguém conhece a origem exata da
sabedoria como um movimento, semelhante ao profetismo em Israel. Documentos
macedônios, sumérios e acádios continham muitas obras de provérbios ou ensinos éticos
destinados a capacitar o indivíduo a lidar de forma bem sucedida com a vida.
Essas formas eram desenvolvidas pelos assírios e babilônios que produziram uma
literatura extensa. Os sumérios e babilônios tinham uma classe profissional de
escribas ou homens sábios que compilavam e transcreviam os ditados.
A sabedoria do AT é bem diferente
de outras cosmovisões antigas, embora a semelhança da literatura sapiencial
seja semelhante das outras culturas. A sabedoria em Israel reflete o ensino de
um Deus justo e santo, o qual espera que quem o conhece exiba o seu caráter nas
questões práticas da vida.
A literatura sapiencial, embora
por vezes use a “sabedoria” com o sentido
de prudência ou sagacidade, concentra-se no aspecto ético e na conduta
espiritual.
A sabedoria de Israel é anterior
a Salomão, este foi de fato o mais proeminente de uma longa linhagem de mestres
da sabedoria (1 Sm 24.13 mostra que a “sabedoria” já existia pelo menos no
começo da monarquia unida). A transmissão da sabedoria acontecia principalmente
no lar, e de forma esparsa, por meio de sábios designados para ensinar o povo
(Ec 12.9).
Forma
literária
Há dois
tipos básicos de sabedoria do ponto de vista literário no Antigo Testamento:
- Sabedoria didática - o
livro de Provérbios é o melhor exemplo, pois representa instruções
práticas.
- Sabedoria filosófica –
representada pelo livro de Eclesiastes e em certa medida pelo livro de Jó,
pois propõe críticas e reflexões interrogativas e por vezes pessimista.
Quanto ao tipo de discurso podem
ter as seguintes variações:
- Parábola - um discurso
preventivo – Pv. 6:20-35
- Preceito – regras e valores com
princípios religiosos e éticos – Pv. 3:27
- Enigma – pergunta que exige
raciocínio e discernimento – Jz. 14:14
- Fábula – breve conto com
personagens da natureza que contém uma verdade moral – Jz. 9:7-20
- Provérbio
numérico –
apresenta progressão numérica com clímax – Pv. 6:16-19; 30:18-31
- Pergunta
retórica –
uma pergunta que não necessariamente exige uma resposta – Pv. 5:16; 8:1
- Alegoria – a personificação da
sabedoria, com existência própria – Pv. 8 e 9; Ec. 12:1-8
- Sátira – uso do sarcasmo para atacar algum comportamento humano – Pv. 11:22
- Ironia – dizer o contrário do realmente significa para enfatizar uma verdade – Ec. 5:13-17
2. INTRODUÇÃO A LIÇÃO
Apesar dos livros de sabedoria estarem na forma poética, eles são
classificados de forma independente, pois os antigo hebreus consideravam
sabedoria como observações cotidianas que formavam um conjunto de boas práticas
para a vida.
A literatura sapiencial buscava, por meio de ditados curtos, regras da
felicidade e bem-estar pessoal, além da especulação em torno da existência
humana e seus problemas.
Os livros chamados de sabedoria são diferentes da literatura profética
porque expressam melhor a filosofia dos pensamentos do que as determinações das mensagens de
Jeová. Os sábios anunciaram as verdades
como um tratado de filosofia moral, usando palavras de profundeza mais elevada
do que seus conhecimentos, de modo que só tempo depois é que puderam ser
interpretadas.
A classificação segue com: Jó tratando do problema do sofrimento,
Provérbios do problema do dever moral e Eclesiastes do problema da felicidade.
3. JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL
1. O livro de provérbios.
- Titulo: significa Mishle Shelomoh, as analogias ou as máximas de Salomão.
- O livro de provérbios é uma coleção de expressões curtas e concisas que contém lições morais.
- O propósito do livro é declarado no princípio, a saber: (1.1-7)
- A natureza dos provérbios: Natureza eficaz: a índole está em sua inteligente concentração de uma verdade ou conselho sagaz em uma fórmula concisa e marcante, de maneira que se torne popular e mais fácil lembrar do que esquecer-se dela
- A natureza objetiva dos Provérbios: o provérbio não argumenta, mas toma por certo. Seu propósito não é explicar um assunto, mas expressá-lo de modo enfático
- A natureza prática dos Provérbios: trata de temas tão práticos que parece até que foram escritos recentemente.
1.1 Autores: o
título geral é provavelmente ao mais notável erudito e sábio de toda a terra.
Mas contém uma compilação de vários sábios judeus.
1.2 Conteúdo:
- Discurso sobre o valor e a aquisição da verdadeira sabedoria (caps. 1-9)
- Provérbios intitulados “Provérbios de Salomão”. (caps. 10.1-22.16)
- Advertências e conselhos reiterados sobre o estudo da sabedoria intituladas “ditados dos sábios” (caps. 22.17-24.34)
- Provérbios de Salomão reunidos pelos homens de Ezequias (caps.25-29)
- Instruções sábias de Agur aos seus discípulos, Itiel e Ucal, e lições ensinadas ao rei Lemuel por sua mãe (30 e 31)
2. O livro de Eclesiastes.
- Título sig. O pregador. Pode ter sido chamado assim pelo fato de Salomão, após sua experiência longe de Deus, ensinado publicamente suas experiências e lições aprendidas.
- Em Eclesiastes o assunto é tratado em torno da sabedoria natural, a qual, parte do próprio Deus, procura encontrar a verdade e a felicidade.
- Enquanto Provérbios, ouve-se um certo tom de júbilo, Eclesiastes um tom de tristeza, desalento e perplexidade, ao ver o fracasso da sabedoria natural resolvendo os problemas da humanidade e as tentativas frustradas para obter a verdadeira felicidade.
2.1 Autoria: Salomão
2.2: Conteúdo
- A inutilidade do prazer e da sabedoria humana (caps. 1-2)
- A felicidade terrestre, seus obstáculos e meios de progresso (caps. 3-5)
- A sabedoria prática e verdadeira (caps. 6-8.15)
- A relação entre a sabedoria verdadeira e a vida do homem (caps. 8.16-10.20)
- Conclusão (caps.11.1-12-14
3 SABEDORIA DOS ANTIGOS.
1 A inteligência
dos sábios
A classe de homens sábios em
Israel constitui um paralelo mais coerente. Em Jeremias 18.18, esse homens são
mencionados ao lado de sacerdote e do profeta como as principais figuras da
sociedade israelita, funcionando aparentemente como os conselheiros e oficiais
do rei. Depois, eles agregaram o papel de copista. Ao longo do mundo antigo,
esses mestres exerceram uma influência moral na sociedade. Em Israel,
constituíam uma terceira classe ou ofício, usando a sabedoria em harmonia com o
desempenho dos outros dois ofícios. Israel foi praticamente a única nação que
usou a sabedoria na centralidade da dimensão religiosa.
2 A sabedoria de Salomão
Acima de toda a sabedoria
adquirida e transmitida, porém, há a sabedoria que é dada de presente da parte
de Deus ao rei Salomão (1Reis 3.5-14), que acha expressão na perspicácia em
julgar (1 Reis 3.16-28) e que também leva, em mentes de tempos posteriores, ao
reconhecimento admirado pelos vizinhos de Israel (1 Reis 5.11,14,21)
III AS FONTES DE SABEDORIA
1 A sabedoria popular.
Porém, a sabedoria hebraica diferenciava-se das demais por partir do
princípio que a sabedoria provém de Deus (Jó 12:13; Pv. 2:5-6; Is. 31:1-2).
Esta sabedoria manifestava-se de duas formas na vida dos hebreus:
·
Vida
emocional e espiritual – representada pela poesia no Antigo Testamento
·
Vida
corporal e prática – representada pela sabedoria no Antigo Testamento
O termo sabedoria também é empregado no Antigo Testamento para
habilidades manuais e intelectuais diversas:
·
Bezalel e
Oliabe receberam sabedoria artística para fazerem os utensílios do
tabernáculo (Ex. 31:1-11)
·
O trabalho
arquitetônico de Salomão também é chamado de sabedoria (1 Rs. 5:9-18)
·
O trabalho
manual de artesãos também são classificados de sabedoria (1 Rs. 7:14)
·
O lado
filosófico e intelectual, também como sinônimo de “capacidade mental
superior” (1 Rs. 4:29-34)
·
A forma
neutra do termo sabedoria na conspiração de Jonadabe e Absalão (2 Sm. 13)
·
Como
sinônimo de experiência e bom senso (Jó 32:7; Pv. 1:7)
2 Sabedoria divina
Para o homem, a sabedoria não
significa apenas ser humanamente sábio, mas temer ao senhor, pois é o princípio
de toda a sabedoria (Jó 28.28). para o homem a verdadeira sabedoria envolve
conhecer o santo. Assim, os homens devem ouvir a sabedoria de Deus com os ouvidos
atentos (Pv. 2.2). No poema de Jó 28, a sabedoria é praticamente definida como
confiança em Deus e afastamento do pecado.
IV O PROPÓSITO DA SABEDORIA
1 Valores éticos e morais
Os autores de provérbios demonstram
grandes preocupações com os valores éticos e morais na época, inclusive em
relação aos jovens. Logo no início do livro a mensagem é bem clara ao dizer que
a sabedoria é a base da boa convivência tanto com o homem quanto com Deus (Pv. 1:2-6).
2
Valores espirituais.
A literatura sapiencial embora por
vezes use “sabedoria” com sentido de prudência ou sagacidade, concentra-se no
aspecto ético e na conduta espiritual. Por Deus ter-se revelado a Israel, sua
literatura sagrada tem o efeito de um imperativo divino; hakam refere-se a uma sagacidade e perícia divinas que resultam em
ações práticas. Aquele que ouve (Pv. 8.33) será operoso, saberá falar, e sua
vontade estará cativa a vontade de Deus, “ele terá vida”.
obs. Se copiar o texto para outro blog, cite a fonte por favor.
Bibliografia
1. BROWN, Colin; COENEN, Lothar (org.), Dicionário
internacional de teologia do Novo
Testamento, 2ª ed.; São
Paulo, Vida Nova, 2000.
2. HARRIS, R. L.; ARCHER, JR; WALTKE, B.K.
Dicionário internacional de teologia do Antigo
Testamento; São Paulo, Vida
Nova, 1998.
3. STEIN, Robert H. Gua Básico de Interpretação da Bíblia, 9ª ed.; Rio de Janeiro, CPAD, 2008
4. OSBORNE, Grant R.; A Espiral Hermenêutica. São Paulo, Vida Nova, 2009.
5. PEARLMAN, Myer. Através da bíblia Livro por Livro. São Paulo, Vida, 2006.
6. Leia mais em <http://milhoranza.com/2012/07/20/antigo-testamento-literatura-poetica/#ixzz2fopJsZtT> Acesso em 22 set. 2013.
3. STEIN, Robert H. Gua Básico de Interpretação da Bíblia, 9ª ed.; Rio de Janeiro, CPAD, 2008
4. OSBORNE, Grant R.; A Espiral Hermenêutica. São Paulo, Vida Nova, 2009.
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6. Leia mais em <http://milhoranza.com/2012/07/20/antigo-testamento-literatura-poetica/#ixzz2fopJsZtT> Acesso em 22 set. 2013.
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